Transferência
Meu pai sofreu um infarto na cidade de campina Grande, na hora que estava trabalhando. Ficou um tempo afastado da gerência dos correios de telégrafos e após melhorar recebeu uma transferência para os correios de João Pessoa – PB e passou a gerenciar um setor dos correios da capital. Meu pai decidiu alugar uma casa no bairro de Cruz das Armas. Ainda me lembro do nome da rua (Alcides Bezerra) parecia com o seu nome. A casa ficava de frente uma praça que nela estava o DER (Departamento de Estrada e Rodagem). Lembro-me de umas árvores frondosas, do ar puro e o prazer de ser criança. Foi neste bairro que eu iniciei o meu ciclo de amizade com criança. Minha primeira amiga foi com uma garotinha chamada Anelise, era mais velha do que eu um ano e hoje não lembro mais seu segundo nome, ficamos muito amigos, brincávamos de toca, de se esconder, bola, médico e etc. Ela e eu queriamos ficar próximo um do outro. Para todo canto que eu ia ela queria ir também, éramos amigos inseparáveis. Anelise morava com duas senhoras que não me lembro mais o nome, mas elas eram farmacêuticas e tinham uma farmácia que ficava no mesmo bairro que nós moravamos (Cruz das Armas),ficava bem próximo da feira e da Avenida principal do bairro, elas viviam muito bem por sinal, porque eram micro empresária. Lembro que elas tinham um corcel e naquela época era o carro do ano o mais bonito, todos queriam ter um e nos meus sonhos eu também idealizava ter um corcel. Foi quando numa certa manhã meu pai chegou com um carro, o problema que ele não era novo, estava todo acabado, com ferrugens, a porta caíndo e o motor quebrado. Ele recebeu este carro porque tinha emprestado dinheiro a um amigo e seu amigo não tinha mais como pagar e por esta razão deu este fusquinha em forma de pagamento. Quando eu vi aquela cena, um carro chegando na minha casa, eu fiquei muito feliz gritando - meu pai comprou um corce!!!! eba! Não contei história, fui a casa de Anelise e disse – Meu pai comprou um corcel!!!!! Vem ver! E todos saíram na porta e viram três homens inclusive o meu pai empurrando o fusca aos pedaços para dentro da garagem. (risos) Isto me faz agora repensar realmente a minha idade naquela época em que eu morava em Campina, escrevendo esta história me fez lembrar que eu deveria ter muito menos de cinco anos quando eu estava em Campina Grande. Porque foi em João Pessoa que eu iniciei meu primeiro dia em sala de aula. Eu iria iniciar o pré-escolar e Anelise queria estudar junto comigo, minha mãe iniciou a procura dos colégios que ria me colocar, fomos a vários, mas eu nesta época já sentia vergonha e tudo era muito novo para mim, ficar longe de meus pais, dava um sensação de abandono e não estava gostando desta situação, minha mãe me levou em um colégio que tinha piscina, achei até legal. Mas quando vi as crianças tomando banho pelada eu fiquei horrorizado, parecia um descontrole uma rebelião de guris correndo nus de um lado para outro (risos) eu bati o pé e disse- não mamãe aqui eu não estudo!
Depois de vários dias, minha mãe achou um colégio, ficou lá comigo uns vinte minutos e após sumiu – foi um escândalo. Chorei como nunca tinha chorando antes, me deram papel e lápis de cera para pintar, tinha uma minhoca enorme de brinquedo para brincar, mas nada me agradava, foi horrível. Mas o que me agradava era quando saiamos da escola e minha mão passava de frente ao quartel do exército brasileiro o 15º batalhão e eu tinha o prazer de dá continência aos saudados e era correspondido, era meu sonho ser militar desde daquela época.
Fiz também amizade com um menino chamado Guto brincavamos de bola, bola de gude, esconde-esconde, toca eu, ele e Anelise, Minha amiga teve uma crise de ciúmes e até ficamos de mau, até que vi uma cena cômica, em umas dessas brigas a Anelise ficou de mal comigo e sentou em cima de um buraco pequeno no chão, depois só vimos os gritos, os pulos e os berros, era um formigueiro. Mas eu a amava muito, ela era engraçada, peralta e tinha uma cinco chupetas, duas na boca, uma ara cheirar outra para ficar coladinho no rosto (saudades, muitas saudades) estou chorando. Gostaria de revela...
Mas o que mais marcou nesta etapa da minha infância, foi o acidente com o Guto, uma panela de água fervendo Caiu sobre 70% do seu corpo, menos o rosto e pedi para minha mãe ver o meu amigo no hospital e quando entrei no quarto eu fiquei chocado com o que vi, saí correndo pelos corredores sem saber aonde iria dá, minha mãe Coria atrás de mim e eu me tremia,fiquei afobado, trêmulo com uma visão horrível daquela queimadura, nunca mais me aproximei do fogão quando criança.
Para lembrar próximo episodia – o 15º e meu pai – separação de Anelise – O concurso de Vilani
e-mail alcibergalmeida@bol.com.br